Okinawa, sendo o arquipélago situado no extremo sul do Japão, tornou-se o único local de combate terrestre no Japão durante a Segunda Guerra Mundial onde inúmeros civis foram sacrificados. Depois da guerra continuou sob o domínio norte-americano por muitos anos e só voltou a ser parte do território japonês após 1972. Sua história difícil acrescentou a forte influência norte-americana à cultura tradicional okinawana.
The Boom visitou Okinawa pela primeira vez em 1990, com o objetivo de fazer fotos para a capa do terceiro disco “Japaneska”. Miyazawa, pessoalmente, voltou a visitar o arquipélago várias vezes desde então, ouvindo muito as canções folclóricas locais e conhecendo cada vez mais sua cultura. Chegou a pensar profundamente na trágica história do arquipélago no período de guerra, existente por trás da linda paisagem okinawana,.conhecendo de perto o contraste deslumbrante entre a tristeza dos abrigos contra incursão aérea abandonados no meio dos canaviais e a alegria de viver cantada pelas plantas energéticas. Miyazawa bebeu todas essas imagens para criar a canção “Shima Uta”.
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Esta canção, gravada no quarto disco de The Boom, “Shishun Ki (Adolescência)”, se tornou o maior sucesso de sua autoria com mais de 1,5 milhões de cópias vendidas. Desde então veio sendo re-gravada por vários artistas tanto no Japão como nos outros países, tais como a China, Inglaterra e Jamaica. Uma das versões mais famosas é a que o argentino Alfredo Casero lançou em Dezembro de 2001 na sua terra natal. Apesar de a canção ser cantada em japonês, fez sucesso estrondoso na Argentina, chagando a receber o Premio Gardel de la Música e ser adotada como a música de torcida da Seleção Argentina de Futebol.
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Depois da “Shima Uta”, The Boom sempre continuou fazendo músicas tomando Okinawa como tema. Em Junho de 2002, lançou “Okinawa – Watashi no Shima (Okinawa – Minha Ilha)”, o disco inteiramente dedicado ao arquipélago.
Miyazawa canta Okinawa também nos discos solo. No álbum “Miyazawa”, gravou os temas okinawanos de sua autoria, tais como “Okinawa ni Furu Yuki (Neve em Okinawa)” e “Chimuguri Utasya”, viajando pelo Brasil, Tokyo, Nova York e a própria Okinawa.
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O artista argentino de múltiplo talento, Alfredo Casero, gravou e lançou a “Shima Uta” em Dezembro de 2001. E a canção foi um sucesso na Argentina. Casero ouviu por acaso a música de the Boom num restaurante de culinária japonesa em Buenos Aires, adorou e decidiu ali mesmo gravá-la em japonês.
Há um número considerável de imigrantes japoneses e seus descendentes naquele país. Mas mesmo assim, era um feito raro uma canção cantada em japonês fazer tanto sucesso. A música rebeceu o Premio Gardel de la Música e foi adotada como a canção de torcida da Seleção Argentina de Futebol. Até o momento, é uma das canções mais amadas na Argentina.
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O encontro de Miyazawa com Casero, esperado por dois lados, realizou-se em Buenos Aires em Abril de 2002. Os dois fizeram um show para o público de mais de 5 mil pessoas num jardim japonês na cidade.
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A “Shima Uta” também foi escolhida como a canção oficial por uma das torcidas organizadas da Seleção Japonesa de Futebol, Ultras Nippon, e cantada por mais de 50 mil torcedores no estádio onde foram realizados os jogos do Japão. E no final do ano, no programa musical de TV ao vivo mais famoso do país Miyazawa e Casero cantaram juntos a “Shima Uta”. A canção, após dez anos de seu lançamento, continua sendo apreciada por milhares, sem limites de fronteiras, nem de gerações.
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